Reportagem retirada diretamente do site Eliane, grande empresa de revestimentos cerâmicos de Santa Catarina, que despede-se de um funcionário que fez história.
Dos 62 anos de idade, 47 foram
dedicados à Eliane. Quase cinco décadas de serviços, atividades e, sobretudo,
amor à empresa. Celso José Bosa passou grande parte da vida na fábrica, cuidando
para que os revestimentos ficassem perfeitos. Após anos de dedicação, ele deixa
a empresa com a sensação de dever cumprido. "Deixo o meu trabalho nas mãos
de um profissional muito competente. Tenho a convicção de tudo o que eu
conquistei na vida foi graças a Eliane. Eu defendo esta empresa como se fosse a
minha família, porque essa é a minha casa", declara.
Celso começou a trabalhar na
fábrica aos 14 anos de idade. Foi a mãe quem arrumou o emprego para o filho, já
que a família passava por dificuldades financeiras. Após assinar a contratação,
o menino iniciou o serviço. "Era tudo muito diferente de agora. O
escritório da empresa era pequeno e de madeira. Já a fábrica, era coberta por
telhas de barro e feitas de armação de madeira. Metade era revestida por piso,
a outra metade era de chão batido", recorda.
Na época, o profissional era
estampador, função que exerceu por dois anos. "Eu prensava a estampa no
piso, era tudo manual, difícil de fazer. Permaneci no cargo até que o Edson
Gaidzinski me viu trabalhando. Eu tinha disposição, até mais que os mais
velhos, e fui convidado para ir para a manutenção. Nem pensei, aceitei na hora.
Aquele era o meu sonho", fala. Desde então, Celso não saiu mais do setor,
tendo passado por todas as funções, até chegar à coordenação de manutenção.
Nas memórias de toda uma vida
dedicada à empresa, muitas transformações foram vivenciadas. As máquinas
manuais deram espaço às elétricas, o trabalho forçado cedeu lugar às
facilidades dos equipamentos. "Era muito difícil, os próprios donos vinham
para o chão de fábrica. Eles ligavam as máquinas e dormiam do lado para
controlar o fogo", lembra. "Hoje, colocamos o material na boca do
forno e ele fica pronto e embalado em 30 minutos. Naquele tempo, o processo
levava 48 horas. Uma evolução gigantesca, que facilitou muito a vida dos
trabalhadores", coloca.
De acordo com Celso, os 47 anos
de Eliane vão ser lembrados pelo resto da vida como um período de aprendizado,
dedicação e conhecimento. "Gostaria de agradecer todas as pessoas que
trabalharam comigo neste tempo. Só por mim, na manutenção, passaram mais de 500
funcionários. Alguns saíram, outros se aposentaram, mas lembro-me de cada um
deles. A gente se apega, cria um sentimento. E depois de tanto tempo, me
despeço, com a certeza de que fiz a minha parte, e que a família Gaidzinski vai
continuar fazendo aquilo que sempre fez, um trabalho de qualidade e de
excelência", expõe.
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